domingo, 28 de agosto de 2011

O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO




O diagnóstico psicopedagógico é um processo contínuo e revisável, de forma que a intervenção psicopedagógica inicia-se numa atitude investigadora estendendo-se até a ação de intervenção. A atitude investigadora é contínua, portanto, prossegue durante todo o trabalho e até mesmo durante a intervenção, tendo o objetivo de observar e acompanhar a evolução do sujeito.
O processo diagnóstico, da mesma maneira que o tratamento exige procedimentos específicos que constituem a metodologia do trabalho clínico.Conforme Nadia Bossa (2000, p.96),
Ao falar da forma de se operar na clínica psicopedagógica, vale recordar que ela varia entre profissionais, a depender, por exemplo, da postura teórica adotada, além de se contar com o fato de que, cada caso é um case – como se diria em inglês – com suas variantes, suas nuances, que diferenciam o sujeito, seu histórico, seu distúrbio.

Partindo do princípio exposto por Bossa, a forma de abordagem, bem como o tratamento não consiste em uma única forma ou método de se realizar o trabalho psicopedagógico. Porém, existe um caminho a ser seguido no trabalho de diagnóstico, o que acontece em dois momentos importantes que são: a fase diagnóstica, por meio dos testes que servirão de pistas para o saber; e a fase de intervenção.
A fase diagnóstica é a descoberta da história do sujeito, dá ênfase à investigação. É o momento em que o profissional busca o sentido da problemática do sujeito que lhe é encaminhado. Weiss apud Bossa(2000, p.100), afirma que “no momento em que iniciamos um diagnóstico psicopedagógico e exploramos a história escolar do paciente, afloram, também, questões ligadas à escola e à família”. Por isso, é de extrema importância detectar, através do diagnóstico, o momento da vida da criança em que se iniciam os problemas de aprendizagem.
Dentre os instrumentos diagnósticos utilizados na avaliação psicopedagógica estão os testes projetivos. Testes Projetivos, como o nome sugere, referem-se aos recursos empregados por meio das gravuras, imagens e desenhos tendo como principal objetivo projetar a personalidade, sentimentos, emoções da criança, pois revelam as percepções do ambiente que a rodeia.
Entre as técnicas projetivas está o Desenho da Família – refere-se a um teste de personalidade cuja intervenção baseia-se nas leis da projeção. Como um recurso de expressão livre, o desenho permite ao sujeito “projetar no exterior as tendências reprimidas no inconsciente e, desse modo, revelar os verdadeiros sentimentos que professa aos seus” (CORMAN, 1967, p.9 apud BOSSA, 2000).
Outro teste projetivo é o Desenho da figura humana – “por meio do desenhoda figura humana busca-se observar a imagem corporal que o sujeito possui de si mesmo, a estrutura psíquica que o constitui e a capacidade de o indivíduo orientar-se e conduzir-se em uma situação determinada, adaptando-se a ele”. (SAFRA, 1984, p.64 apud BOSSA, 2000). Também é utilizado como indicador do nível de desenvolvimento mental e maturação visomotora.
O HTP (do inglês House, Tree and Person) – é outro teste projetivo que pretende observar a imagem interna que o cliente tem de si mesmo e de seu ambiente, através dos desenhos de uma casa, uma árvore e uma pessoa. Safra apud Bossa (2000), afirma que os desenhos têm grande poder simbólico, saturados de experiências emocionais e ideacionais ao desenvolvimento da personalidade. A casa desperta associações ligadas ao lar do sujeito e aos que aí vivem; a árvore se liga ao seu papel na vida e à sua capacidade de obter satisfação em seu ambiente, enquanto a figura humana refere-se às relações interpessoais.
Nesse sentido, o desenho, somado a outros instrumentos diagnósticos, tem por objetivo detectar os motivos de determinados problemas – como, por exemplo, problemas orais, de alimentação, os relacionados à família, como a família e a escola são percebidos pela criança, e os relacionados à aprendizagem.
Fledson Sena
(pastorfledsonsena@hotmail.com)



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PSICOPEDAGOGIA - Pensando com você!



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PSICOPEDAGOGIA E O DESENHO INFANTIL

São vários os recursos utilizados no processo de diagnóstico psicopedagógico. Dentre eles, pode-se citar os testes psicomotores, o teste de lateralidade, a anamnese, a avaliação do nível pedagógico, as provas de inteligência e o teste casa, árvore e pessoa. Alguns desses testes, como os dois últimos citados, só podem ser aplicados por psicólogos, aqui no Brasil. O psicopedagogo, dessa forma, deve desenvolver testes que gerem resultados semelhantes ao que estes testes produzem.

O desenho infantil, nesse contexto, vem ganhando importância por possuir uma finalidade comunicacional e não apenas artística. Vê-se, então, o desenho como uma representação imagética (que se revela por imagens, imaginação), no que se refere aos processos de mente e da cognição humana.

O desenho é uma representação simbólica de imagens que anteriormente foram percebidas através do aparelho visual, não sendo produto exclusivo de uma ação mental da memória, mas de um conjunto de fatores que interferem e determinam a forma de percepção. A interação do organismo com o objeto representado, bem como características culturais e sociais agem diretamente na maneira como se vê um objeto e como o projeta em uma folha de papel.


Dentro desse contexto, o artigo tem o objetivo de demonstrar o desenho infantil como um importante instrumento de diagnóstico psicopedagógico.Trata-se, portanto, de uma pesquisa de campo que teve como base autores como Henri Luquet (1994), Bernard Darras (2003), Nadia Bossa (2000) e outros.  Espera-se com este artigo, contribuir para uma maior compreensão do desenho infantil como instrumento de análise diagnóstica de possíveis dificuldades de aprendizagem.
Fledson Sena
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