O PAPEL DO
PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA MEDIAÇÃO NO UNIVERSO LÚDICO DO BRINCAR
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Professor: um promotor e mediador nas brincadeiras
As
escolas de educação infantil de hoje, tornou-se um lugar onde as crianças
passam boa parte do seu tempo, no entanto, esse tempo está destinado ás
atividades propostas pelos adultos, o que faz com que a criança comece a
enxergar a escola como lugar de trabalho e não de aprendizagem ou de
ludicidade.
Nesse
contexto, cabe ao educador o papel de acompanhar as atividades, bem como
promover oportunidades em que a criança possa se desenvolver. Através da
organização do espaço, da disponibilização de objetos para a criança e
materiais que possam enriquecer o espaço da sala de aula e torná-lo um ambiente
lúdico e de aprendizagem por meio também de brincadeiras.
A
utilização do brinquedo pode ser satisfatória, pois estimula a representação e
expressão das crianças, podem inclusive serem construídos, adaptados ou
estruturados. Permitir à criança explorar o seu imaginário, é trabalhar as
áreas cognitivas em desenvolvimento, é utilizar a criatividade da criança para
alcançar maiores resultados de aprendizagem.
O
professor também pode contar com brinquedos industrializados que já trazem
proposta de brincadeiras. Brinquedos como carrinhos, bonecas, móveis e
joguinhos com regras, sendo é claro previamente estabelecidos os critérios,
aprendidos a adaptados aos interesses e necessidades dos participantes. Nesse
caso, é preciso estar atento a possíveis problemas de fabricação. O que exigirá
conhecer o brinquedo com antecedência, experimentar as regras e as dicas dadas
pelos fabricantes para tornar o jogo, por exemplo, mais emocionante e
envolvente.
O
professor e professora de educação infantil em quanto promotores e mediadores
da aprendizagem, possuem este papel de estimular a construção, ensinar a
aprender a construir brinquedos. Não se trata de uma transformação da sala de
aula em ambiente teórico, mas torná-la prazerosa e desafiadora.
Nesse
aspecto é de suma importância um planejamento, pois planejar brincadeiras e
jogos considerando a realidade de espaço disponível contribui para o sucesso da
brincadeira e até para ampliação dessas atividades e do número de crianças
participantes.
2 A prática e a necessidade de uma formação
mais abrangente e unificadora
A necessidade de uma formação mais
abrangente e unificadora para profissionais, tanto de creches como de
pré-escolas, e de uma reestruturação dos quadros de carreira que levem em
consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional, bem como
possibilite a atualização profissional. Em resposta a esse debate, a LDB dispõe
no título VI art. 62 que:
A formação de docentes para atuar na
educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de
graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação,
admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação
infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em
nível médio, na modalidade Normal.
Em dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB), lei nº 9394/96 reafirma essas mudanças e
estabelece de forma incisiva o atendimento às crianças de 0 a 6 anos,
estabelecendo dois níveis de educação: Educação Básica e Educação Superior, inserindo
a educação infantil na primeira etapa da Educação Básica e estabelecendo um
prazo de três anos a contar da publicação dessa Lei para sua efetiva aplicação
(BRASIL, 1996).
Além de enfatizar a gratuidade do
ensino, a LDB (BRASIL, 1996) pretende qualificar esse processo tornando
obrigatório que a docência seja exercida por profissionais graduados em cursos
superiores. A lei inclui também disciplina de Educação Física no currículo da
educação básica, ajustando-a as faixas etárias e às condições da população
escolar.
Assim, ao falar sobre os educadores
físicos é preciso fazer uma ressalva a respeito da lei nº 9696/98, que
regulamenta a profissão de Educação Física, nela está disposta que unicamente
os profissionais devidamente registrados junto aos Conselhos Regionais de
Educação Física (CREF) estão aptos á atuar legalmente como educadores, neste
campo, cabendo as seguintes atribuições:
... coordenar, planejar, programar,
supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos,
programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria,
consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de
equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos,
científicos e pedagógicos, todos na área de atividades físicas e do desporto
(BRASIL, Lei nº 9696/98, art 3°).
Isto gera uma reflexão maior sobre a
função de um profissional qualificado atuando neste nível. O que torna possível
compreender que além do professor de sala outros profissionais podem está
envolvidos em atividades lúdicas visando à aprendizagem dos alunos. Devendo ter
a habilitação necessária para o exercício da função.
Mas, o mais importante é entender que o
local de trabalho é o espaço ideal para a formação continuada. Neste sentido o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) reserva
a todos os professores da área infantil um espaço para a supervisão pedagógica,
de modo a realizar um planejamento estratégico, estudos sobre temas variados,
organização e planejamento da rotina, do tempo e atividades e outras questões
relativas ao processo educativo.
Apesar da diversidade de estudos sobre a
importância do brincar no processo de aprendizagem, ainda é difícil para a
maioria dos professores levarem esta realidade para o âmbito escolar. Mas
afinal, como levar o brincar para a sala de aula? Como converter a “bagunça” em
trabalho produtivo? A rigor, não temos respostas prontas para dar. Isto está em
discussão em toda parte.
Precisamos sim repensar velhos problemas
ou novas dúvidas que coloquem em outro prisma preocupações não resolvidas em
educação envolvendo pais, estudantes, assistentes sociais e, sobretudo,
professores.
Desta forma, observamos em relação à
prática docente que o professor continua definindo estratégias didáticas pouco lúdicas,
pois o brincar ainda apresenta resquícios de perda de tempo, pois o professor
não pode parar, tem que dar conta de ensinar o programa estabelecido para a sua
turma.
Para Freire (1997), a
melhor forma de construir sua aprendizagem é brincando, pois é na brincadeira
que a criança faz suas descobertas e vivencia situações de aprendizagem com
prazer. Brincando que a criança vai se tornar um adulto criativo, um adulto competente,
querendo ou não. Quando ele chegar à fase adulta, por exemplo, um bebê que não
passe pela fase de engatinhar, que também faz parte do processo de brincar, não
vai ter um processo de grafia boa. A criança que não simboliza na hora de
brincar, na educação infantil vai ter dificuldades com a leitura. Então, várias
coisas que aparecem dentro do brincar são a base para novos aprendizados posteriormente.
É através do brincar que
virá o prazer pela escola, é pelo brincar que acontecerão as melhores
socializações entre as crianças. É no brincar que o desenvolvimento psicomotor
acontecerá. É nesse ato que as possibilidades de criação e simbolismo
impulsionam e avaliam o desenvolvimento infantil, pois são vinculados com a
realidade da criança. É um instrumento
facilitador no processo de aprendizagem, capaz de tornar a aprendizagem mais
prazerosa, menos cansativa para a criança.
Brincar é o principal
meio de aprendizagem da criança. Ela gradualmente desenvolve conceitos de
relacionamento casuais, o poder de descriminar, de fazer julgamentos, de
analisar e sintetizar, de imaginar e formular. Ou ainda, pode ser simplificada
nas seguintes palavras de Ferreiro (1988): “brincar é divertir-se e entreter-se
infinitamente em jogos de criança”. O ato de brincar não é somente “o brincar”,
mas sim o que ele representa para quem brinca. O brincar está em uma dimensão
valorizada, abrangendo crianças e adultos, elevando-os a patamares ainda
maiores pelo brincar e representando a necessidade de conhecer, construir e de
se descontrair, em um mundo real ou simbólico.
A
Educação Infantil vem se constituindo enquanto espaço de inúmeras discussões; a cada dia cresce o número
de trabalhos que se propõe a refletir sobre essa fase. Mas infelizmente ainda
encontramos muitas lacunas no modo como essa educação vem sendo desenvolvida na
prática. Mas é possível listar algumas alternativas que
possibilitem o professor dar alguns passos em direção a um ensino de qualidade,
já que desde a Educação Infantil podemos auxiliar na formação de cidadãos menos
individualistas e mais críticos e participativos na sociedade.
Para conseguir esses objetivos é preciso
concordar que os professores devem estar em permanente formação, pois assim
terão a oportunidade de “construir” e “reconstruir” suas práticas pedagógicas. É
preciso que os profissionais da Educação Infantil tenham acesso ao conhecimento
produzido na área da Educação Infantil e da cultura em geral, para repensarem
suas práticas, se reconstruírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos
da produção de conhecimento. E para que possam, mais do que “implantar”
currículos ou “aplicar” propostas à realidade da creche/pré-escola em que
atuam, efetivamente participar da sua concepção, construção e consolidação.
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DE ARLETE OZORIO P/ MEU E-MAIL:
ResponderExcluir"Maravilhoso esse assunto: " O PAPEL DO PROFESSOR DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA MEDIAÇÃO NO UNIVERSO LÚDICO DO BRINCAR". É muita cobrança para as crianças sair alfabetizadas na educação infantil. Com isso os professores estão deixando de lado o trabalho com o lúdico e as crianças estão cansadas, ficam inquietas e logo são rotuladas como indisciplinadas. São crianças! Precisam do movimento como a psicomotricidade, brincar, correr, jogar..."
(Arlete Ozorio)arletemmendes@hotmail.com
QUE LEGAL GOSTEI!